HISTÓRIA
DA REGIÃO PASTORAL III – Paróquia Sant’Ana.
A região pastoral III foi criada em 1988 logo após a criação
da Prelazia de Itaituba da qual passou a pertencer. Mas antes já havia uma
caminhada da Igreja católica bem interessante, que começou com padres Pedro, Salvador
e Gervásio da diocese de Santarém, sendo os primeiros padres a trabalhar na
região.
Frei Roberto Schming OFM chega em 1983 também da Diocese de Santarém,
deu bastante ênfase na organização do povo, formação de lideranças leigas e na
criação das comunidades. Os cursos de formação eram ministrados na maioria em Santarém,
o que dificultava a participação de um
número maior de lideranças. Frei Roberto
Schming OFM começou um trabalho mais consistente na região trazendo consigo a
idéia das CEBs, (Comunidades Eclesial de Base).
Em uma área geográfica muito grande, organizou as comunidades
Ribeirinhas de Itaituba até a vila de Barreiras, continuando na estrada Transamazônica
de Miritituba até o Km 115, posteriormente estendendo-se até o Km 122, sentido
a Rurópolis. O mesmo deu
continuidade à formação de lideranças e deu início aos ministérios de leigos, Ministros
da Eucaristia e posteriormente Ministros do Batismo.
No ano de 1984 receberam o
mandato os primeiros Ministros da Eucaristia sendo, Maria de Lurdes Maffioleti
no Km 30, Lorena no Km 21, Maria Filagrana Km 70, José Frederico e Erosi (Lola) no Km 75.
O mandato foi conferido por Dom Lino Vombomel da Diocese de Santarém, renovado
a cada ano. Com o aumento no número de comunidades, para facilitar a comunicação e organização,
foi criada uma Coordenação e dividida a região em 3 mini-áreas: 1ª: na Transamazônica
de Miritituba ao km 35; 2ª: do km 40 ao km 115; e 3ª: beira do rio Tapajós até
Barreiras. A Estrada de Pimental pertencia a mini-área 1 e a estrada Transfordlândia
pertencia a mini-área 2.
Em 1983 foram construídas casas para o padre nas Comunidades
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Km 30 (Campo Verde) e na Comunidade São José Km
75 (Cupari). Também foi construído barracão comunitário nestas comunidades,
onde eram realizados os encontros de formação, chamados de Semanas Catequéticas,
que aconteciam separadas da paróquia de Itaituba. A prelazia de Itaituba foi criada
em 1988 e seu primiero bispo Dom Capistrano Henn (OFM) tomou posse em outubro
do mesmo ano.
Em 1992 com a implantação das CEBs, formação dos leigos, a
igreja da região deu um significativo passo na abertura da evangelização do povo,
com o povo e para o povo. Foram nomeados seis Ministros Extraordinários do Batismo:
Maria Tereza (Têtê), Raimundinho, Maria de Fátima, José Valdinete, Moisés e
Egidio.
Em 1991 foi criada a Associação Comunitária Católica da
Transamazônica, Santarém Cuiabá e Tapajós, com o objetivo de melhorar o
transporte e o escoamento da produção dos agricultores. Comprou-se um caminhão,
uma cafuringa, seis animais e uma casa de apoio em Rurópolis, tudo isso com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida do povo dessa região e incentivar a
agricultura familiar, porém, por falta de experiência e incentivo do governo na
implantação das políticas públicas e manutenção das vicinais, o projeto se
tornou insustentável. Foram vendidos os bens da associação para quitar dividas
do caminhão.
Em 1994 o tema da Campanha da Fraternidade, A Fraternidade e
a Família, foram feitas visitas domiciliares em toda região pastoral III. Para
facilitar este trabalho as mini-áreas foram divididas em distritos. Neste
período a região alcançou o numero de 68 Comunidades. Para atender toda esta
demanda a região tinha o apoio
de uma coordenação composta pelo padre, 2 agentes de pastoral leigos liberados
e várias lideranças das comunidades.
Em 1995 no inicio do ano, Frei
Roberto se afastou da região por motivo de saúde. A Coordenação e os ministros
leigos deram continuidade nos trabalhos de evangelização e organização do povo.
Frei Roberto retornou no final do ano de 1995 porém, o problema de saúde se
agravou e ele teve que deixar a região de vez, mas, fez uma doação em dinheiro
para construir um centro de formação no Km 78 da Transamazônica chamado “Cavernas”.
Espaço este que havia sido doado por José Frederico e dona Geni.
Em 1996 veio o padre
Francisco Cohn da ordem do Verbo Divino, preparar o terreno para o Jovem padre
Gregório, que assumiu a região no mesmo ano e morava em Ruropólis. Posteriormente
foi desmembrada da Região Pastoral III os distritos da Transfordlândia e do rio
Tapajós.
Com a saída de frei Roberto,
várias mudanças foram acontecendo. Foi rescindido o contrato dos agentes leigos
de pastoral, a coordenação se fragiliza, não foi mais renovado o mandato dos
Ministros extraordinário do Batismo, ficando somente os Ministros da Eucaristia.
Em 1999 vieram os Padres da
Missão – Vicentinos. Padre Pedro, padre Evaldo e padre Arno. Os mesmos preferiram
morar em Campo Verde Km 30, localizando-se no meio da Região III. Os três
reforçaram os distritos e fizeram um acordo com as paróquias de Rurópolis e de
Trairão, que diminuiu na Transamazônica do Km 122 até o Km 85 ficando para Rurópolis
9 comunidades, assim, a Região III termina no Km 78 nas Cavernas. Em
compensação ganhou algumas comunidades que pertenciam a paróquia de Trairão na
Santarém-Cuiabá, totalizando 48 comunidades na região pastoral III.
Na parte social os padres
Arno, Pedro e Evaldo contribuíram para que fosse implantado o ensino médio
modular em Campo Verde Km 30. Se tornaram os primeiros professores no ano 2000,
até que o município viesse a contratar professores. Alguns padres tiveram uma
passagem rápida pela região: foram padre Arthur, padre Francisco (Chiquinho) e
o padre Jair, nesta fase dos padres vicentinos continuaram acontecendo os
encontros de formação (semanas catequéticas), encontros de distritos,
participação nos encontros das CEBs da Transamazônica e Santarém-Cuiabá. O
padre Arno se empenhou fortemente na organização dos trabalhadores rurais, na
criação de associações comunitárias, cooperativas, na criação do Fórum dos
Movimentos Sociais da BR 163 sendo o seu 1° coordenador.
Em uma nova fase chega o
ainda diácono João Carlos Portes em março de 2007 que depois de ser ordenado no
mesmo ano em são Mateus do Sul no Paraná, permanece na região dando total apoio
à Igreja e incentivando os trabalhadores a lutarem por seus direitos. Com o padre
Arno e o leigo Egidio, ele articulou a criação da Comissão Pastoral da Terra
(CPT) em 2008, haja visto que os problemas fundiários desmatamento, extração
ilegal de madeira e a grilagem de terra estavam gerando vários conflitos no
chamado território BR 163, chegando a acontecer vários assassinatos de
trabalhadores na região, assim também como conflitos gerados pelo anúncio dos
grandes Projetos.
Com a saída do padre Arno da
região veio padre Joubert Luciano Ferrarezi, que ainda está num processo de
adaptação, mas contribuindo no atendimento às Comunidades.
Abaixo listamos as
comunidades da Região Pastoral III, com algumas fotos.
Distrito I: Estrada
do Pimental
- Santa Luzia – Km 20
-
Comunidade São Pedro – km 15
- Santa
Maria – km 25
- São Francisco – km 35
- São Sebastião – Pimental
- Aldeia Sawré Maybu
Distrito II:
Miritituba – Km 25
- N. Sra. da Conceição – Miritituba
- N. Sra. de Fátima – Boa Vista – km 17
- São João Batista – Km 17
- Santo Antonio – km 11
- Santa Luzia – Km 11
- N. Sra. Aparecida – Km 21
- Santa Rosa – Km 21
- São Pedro – Km 25
Distrito III – km 30
– km 45
- Santo Antonio – Km 26
- São Raimundo – Km 30 – vicinal
- São Francisco – Km 35
- São José – Km 40 Batatal
- São Francisco – Km 40
- N. Sra. Aparecida – Km 40
- São Francisco – Km 45 Igarapeaçu
- São
Luis – Km 35
Distrito IV- Km 55 –
Km 78
- São Judas Tadeu – Km 70
- São José – Km 75
- Cavernas
- Santa
Marta – Km 60
- Santa
Luzia – Km 60
- Santa
Cruz – Km 65 – Baixão-
Santo
Antonio – Km 70 – Boiadeiro
- Bom
Jesus – 1ª. Vicinal da Transfordlândia
-
Marianópolis – Km 65
Distrito V – Vicinal
do Brabo – gleba 8
- Bom Jesus
- Santo Antonio – Itapacurá
- N. Sra. de Nazaré – gleba 8
- Santa Luzia
– Vicinal do Brabo / Cacau
-
Perpétuo Socorro
- São
Raimundo – Km 40
- São
José – Km 45
- Cristo
Rei II – Km 45- São Lucas
-
Sagrado Coração de Jesus – Monte Muriá
O histórico foi
feito a partir de informações de pessoas mais velhas da comunidade e
catequistas.
Egidio Alves Sampaio
Jurandir Alves
Pe. João Carlos Portes